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As esponjas

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O Atol das Rocas é o único Atol do Atlântico Sul e foi a primeira Unidade de Conservação Marinha do Brasil, criada em 1979. A Reserva Biológica do Atol das Rocas tem como principal objetivo a preservação integral da fauna e flora existentes em seus limites. Por isso, não é permitida a visitação pública com fins de turismo, sendo autorizadas somente atividades científicas, de monitoramento e de fiscalização.

                 O Atol das Rocas localiza-se a cerca de 260 km da cidade de Natal (RN) e a 150 km do Arquipélago de Fernando de Noronha (PE). Hoje, a Reserva possui uma estação com cozinha, varandas e alojamentos para técnicos e pesquisadores inaugurada em 2009. Além desta, existe também a estação antiga, composta por dois cômodos, que serve de depósito e é equipada com energia solar e internet via satélite. A Reserva pode receber, em sistema de rodízio, até cinco pesquisadores e técnicos por expedição que dura 28 dias. O Atol possui duas “ilhas” que ficam mais evidentes na maré alta: a ilha do Cemitério e a ilha do Farol. A primeira é praticamente toda utilizada pelos atobás como área para seus ninhos e o acesso a ela é proibido. É na segunda ilha que ficam as duas estações para os pesquisadores, além de um farol e das ruínas do farol antigo e da casa do faroleiro que era ocupada no início do século passado.

                 O Atol das Rocas é um local muito importante e estratégico para a reprodução e alimentação de diversos animais. É a maior colônia de aves marinhas tropicais de Brasil, com uma população estimada em 150 mil indivíduos. Além das cinco espécies que o utilizam como área de reprodução (entre atobás, viuvinhas e trinta-réis), outras 25 espécies migratórias vindas de diversos lugares do mundo fazem do Atol uma área de abrigo e/ou de captura de alimentos. Três espécies de tartarugas marinhas (tartaruga de pente, cabeçuda e verde) passam pelo Atol em suas rotas migratórias, sendo que, destas, apenas a tartaruga verde desova na região. Lá também pode-se encontrar tubarões lixa e limão que entram no Atol para se alimentar. Diversos estudos de monitoramento de aves, tartarugas e mamíferos marinhos são realizados no Atol das Rocas sob coordenação de instituições públicas e ONGs.

Assim como a expedição ao ASPSP, a ida ao Atol das Rocas ocorreu no âmbito dos projetos Conectividade entre populações de invertebrados marinhos de águas rasas do Arquipélago de São Pedro e São Paulo e da costa brasileira (CNPq) e Potencial invasor de espécies exóticas de esponjas marinhas nas ilhas oceânicas brasileiras (Fundação Grupo Boticário). A equipe constava de uma aluna de doutorado (Raquel Berlandi) e um aluno de mestrado (André Padua). A expedição durou 33 dias, de 27 de junho até 29 de julho de 2011.

Para se chegar ao Atol, parte-se da cidade de Natal (RN) numa viagem que dura cerca de 20 horas. Durante a expedição a equipe visitou a maior parte das mais de 20 piscinas que se formam no seu interior na maré baixa. O mergulho na maioria das piscinas pode ser feito por apnéia. Apenas em poucas piscinas se faz necessário o uso de cilindros de mergulho e apoio de superfície. Durante os muitos mergulhos realizados, a equipe pôde observar e se surpreender com a enorme diversidade marinha do Atol das Rocas: algas, esponjas, corais, poliquetos, equinodermos, ascídias, moluscos, crustáceos, peixes, tubarões e tartarugas. Destaca-se a diversidade de esponjas encontradas tanto nas piscinas quanto nas poças de maré do Atol. A grande maioria das esponjas observadas pertencia à classe Demospongiae, no entanto também foram observados indivíduos da classe Calcarea. Foram encontradas três espécies do gênero Clathrina, sendo duas de cor amarela e uma de cor branca. A espécie branca era bastante rara, enquanto as espécies amarelas eram muito abundantes e presentes em quase todas as piscinas do Atol.

Durante esta expedição, realizou-se a coleta de organismos (entre esponjas, corais, poliquetos, crustáceos e equinodermos) que estão sendo analisados e estudados em trabalhos que resultarão em dissertações de mestrado, teses de doutorado e diversos artigos científicos abrangendo diversos assuntos: taxonomia, ecologia, genética de populações, entre outros.

 

Texto: André Padua

Agradecimento: Adm. ReBioMar Atol das Rocas

A Piscina das Tartarugas, uma das mais belas.

O Atol ao amanhecer

Dois indivíduos de Ernstia, a esponja calcárea mais comum no Atol.

Uma toca cheia de esponjas

Duas esponjas da classe Demospongiae muito comuns nas piscinas do Atol

Duas esponjas da classe Demospongiae muito comuns nas piscinas do Atol

Uma esponja da classe Homoscleromorpha e outra da classe Calcarea.

Uma espécie de Clathrina branca, mais rara nas piscinas do Atol.

Outra espécie de Ernstia amarela, Também bastante comum nas piscinas do Atol.