CLASSE APPENDICULARIA
As apendiculárias são organismos exclusivamente marinhos, cujo nome deve-se à presença de uma cauda como um apêndice propulsor. São conhecidos também como Larvacea devido a sua semelhança com as larvas dos outros Tunicata (Gorsky & Palazzoli 1989). As apendiculárias são membros frequentes da comunidade zooplanctônica marinha, ocorrendo em todos os oceanos, tanto em regiões neríticas como oceânicas (Esnal, 1999).
As apendiculárias já foram classificadas como medusas por Chamisso e Eysenhart (1821), como moluscos por Mertens (1830), como zoófitos por Quoy e Gaimard (1835) e como larvas de ascídias por Mertens (1830). O grupo só foi reconhecido como classe dentro do subfilo Urochordata por Lohmann em 1913.
A classe Appendicularia é constituída por 82 espécies pertencentes às famílias Oikopleuridae; Fritillariidae e Kowalevskiidae; as características utilizadas na separação das espécies são o formato e o tamanho do tronco, do endóstilo, dos espiráculos, das gônadas, da cauda, da parede do estômago e do epitélio oicoplástico. A família Oikopleuridae possui o maior número de gêneros e espécies descritas (Esnal, 1977, 1999; Fenaux et al., 1998).
Para o Oceano Atlântico Sul foram citadas 43 espécies, sendo 36 para a costa brasileira (Esnal, 1999). No Brasil foram feitos registros de espécies de apendiculárias por vários autores em épocas e regiões distintas, como por exemplo: Tundisi (1970) na costa de Santos (SP), Dadon e Esnal (1995) na região sudeste-sul, Campos (2000) de Cabo Frio (RJ) até Cabo de Santa Marta Grande (SC), Bonecker e Carvalho (2006) entre o Cabo de São Tomé (RJ) e Abrolhos (BA), Carvalho e Bonecker (2010) na costa sul da Bahia e Vega-Pérez et al. (2011) no estado de São Paulo.